Porque há o direito ao grito.
então eu grito.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

É justa a demarcação em área contínua da reserva indígena Raposa Serra do Sol?


Brasil, uma "terra" de vários povos, de culturas e costumes. E talvez o povo mais antigo ao habitá-la seria o índio, que já encontrava-se em território brasileiro antes mesmo do seu descobrimento. Um povo guerreiro e de personalidade forte que hoje se vê quase em extinção, pela globalização e o contato que os "brancos" tiveram inicialmente com eles. Sofreram um processo de mistura e até perda da cultura. Os "brancos" foram chegando de "mansinho" e "enturmando-se" aos "pouquinhos".
O fato é que ainda há aldeias indígenas que tiveram pouco contato com outras pessoas de outras regiões e conservam seus costumes. E há aquelas aldeias que "convivem" no mesmo território de pessoas diferentes de sua cultura - falo diferente de sua cultura porque não pode distinguir brasileiros de indígenas, já que índios nascidos no Brasil são acima de tudo brasileiros.
Mas, o que chama atenção é o "caso" da reserva Raposa/Serra do Sol onde encontram-se fazendeiros e índios numa mesma região no estado de Roraima discutindo o processo de demarcação dessas terras. O que já é antigo, datado de 1917. Ora, a FUNAI, depois de algumas décadas resolveu iniciar o processo qual somente no governo Lula é que essas terras foram "realmente" demarcadas.
Então você me pergunta se os índios estão "sozinhos" nessas terras, te digo que não. Há fazendas de arroz neste território que correspondem a 6% do PIB de Roraima e abastecem ainda o Amazonas e o Pará. Acha justo "tirar" produtores desta terra por causa de índios que podem ameaçar a soberania nacional "tentando" uma divisão política? É certo quem em Raposa/ Serra do Sol havia índios que defenderam o território brasileiro, no início do século XX, quando ouve a demarcação de fronteiras. Mas, temos que atentar que esses índios podem até ser herdeiros dos mesmos índios que "salvaram" o Brasil, entretanto, não são eles, não necessariamente vão tem o mesmo caráter. Importante é ressaltar também, o isolamente que esses índios têm, afetando diretamente na carência de saúde e infra-estrutura.
Não sou contra o índio, ao contrário, são brasileiros como eu e você. Por esse motivo devem ter os mesmos direitos e deveres como nós.

Leah Costa.

As bizarrices produzidas pela falta de bom senso


Costumamos frequentemente ver em nossos canais de televisão, seja por meio dos jornais ou programas livres, o aumento das pessoas que aderem a cirurgias plásticas, além do benefício que elas trazem à saúde e o bem-estar dos que a utilizam.
E não é somente na "telinha" de nossas casas que essas informações chegam até nós, mas também, por aquela "amiga da tia, ou da sobrinha" que fez o uso do novo objeto de brinquedo da medicina e sentiu-se maravilhada. Diz-se "novo" porque a cada dia aperfeiçoam e deixam mais abrangente suas irrefutáveis práticas. Diz-se brinquedo, pois tem a possibilidade de adornar "quase" que perceptivelmente o modo como a cliente quer.
Talvez não seja discutível tais melhorias que a "Santa Cirurgia Plástica" traz para seus beneficiados, nem mesmo questionável tal habilidade que médicos competentes tem ao fazê-la. Qual satisfação leva ao sorriso de muitas pessoas que foram "castigadas" pelo destino, pelo ambiente, ou outras situações, que nossa "vangloriosa medicina" tem o poder de levar a vida social a muitas pessoas.
No entanto, como de costume, na sociedade em geral, sempre tem as pessoas efusivas que não se contentam com tão pouco e fazem uso deliberado e abusivo dessa prática, que deveria ser usada, apenas para correção e bem estar dos seus.
Ora, não confunda você bem-estar com ostentação de luxo e vaidade. Uma pesquisa feita na revista Veja (2 de julho de 2008 - págs. 110-114) mostra que das mulheres acima de 50 anos que foram entrevistadas, 87% afirma que não se parecem com sua mãe na mesma idade, isso é maravilhoso, mas decepciona ao saber que 79% rejeitam ser chamadas de maduras, o que é um processo natural da vida, ela tem suas etapas e devem ser aproveitadas e respeitadas.
As mulheres não podem deixar de se preocupar, mais com a saúde do que com a aparência. Muito menos é aceitável as próprias mães que submetem seus filhos a tais práticas desenfreadas a fim de o enquadrar ao padrão de beleza da sociedade atual. Portanto, adequada-se perfeitamente a frase do Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional São Paulo, João de Moraes Prado Neto: " O resultado dessa obsessão são bizarrices produzidas por falta de bom senso não só dos pacientes, como dos próprios médicos."


Leah Costa.

terça-feira, 28 de abril de 2009


Quem escreve para obter o supérfluo
como se escrevesse para obter o necessário,
escreve ainda pior do que se para obter 
apenas o necessário escrevesse.


Fernando Pessoa.

Humor como forma de expressão


Já dizia o velho dito popular: ''Rir é o melhor remédio", o riso faz bem de modo que: " O que não tem remédio, remediado está". Será então que "todo esse riso", faz bem mesmo?
Não percebemos muitas das vezes, mas o "rir" pode ser um tanto irônico e maldoso, o que de certa forma, não seria tão ruim para a população em geral, já que o artista consegue captar a realidade e transformar em humor em forma de protesto, crítica.
Isso mesmo, o humor serve não somente para fazer as pessoas sorrirem, mas também, para fazê-las "acordar" de certas injustiças sociais. E não é pouco não, cartunistas, chargistas, etc. Utilizam sua arte para expressar ao mundo sua indignação em determinada situação, para quem sabe assim, fazer a população agir.
Não é uma forma de ironia ou cinismo "baixo", mas sim, uma forma de expressar, o que aliás, bem inteligente e criativa. E deve ser usava para deixar transparecer problemas que enfrentamos no dia a dia, na política, na economia, na relação com o mundo exterior.
Segundo Ziraldo: "...humor é uma análise crítica homem e da vida, uma análise não obrigatoriamente comprometida com o riso... Humor é uma forma de tirar a roupa da mentira". O humor portanto, é uma forma de fazer valer nosso direito de expressão, com alto nível.
Enfrentamos apenas uma dificuldade de aceitar "esse humor", quando ele torna-se uma ironia e deboche para nós mesmos e para nossos conceitos. O que já deve ser outra história, em que devemos ser suficientimente maduros para também aceitar o ponto de vista do nosso próximo.

Leah Costa





Não se trata apenas de narrativa
é antes de tudo vida primária
que respira, respira, respira.

A hora da estrela, Clarice Lispector.

Aborto é alívio?


Aborto, tema polêmico e discutido em vários órgãos de imprensa, onde fazem perceptíveis opiniões civis, religiosas e políticas sobre tal assunto. São opiniões divergentes e que geram discussões.
Algo é certo, proibindo ou não há clínicas clandestinas que fazem o trabalho de aborto, algumas até sem nenhuma instrução ou preparação. Em geral, aborto no Brasil é "proibido" exceto em casos de estupro, e quando há risco de morte para a mãe.
No entanto, há algo além do aborto que está gerando mais polêmica, que é a própria liberação do mesmo no caso da anencefalia do feto, que ocorre quando o bebê desenvolve-se sem cérebro.
O aborto nessas circunstâncias é o "alívio" para a mãe já que ela suporta durante mais ou menos seus nove meses um "projeto" de pessoa que não chegará a viver e caso ocorra, não durará muito tempo. Porém, sabe-se que essas mães que abortam mesmo sendo nestes casos, continuam sentindo a presença do feto, além da pressão psicológica a que elas próprias submetem-se e uma possível depressão que podem passar a ter. E não é somente esses fatores psicológicos que influenciam direto ou indiretamente, há casos também da dificuldade de engravidar pós aborto.
Não contando somente com isso temos que relembrar que devemos ter respeito pelas pessoas, pela vida, suas etapas devem ser honradas, seu ciclo natural deve ser aceito. Não é porque você morrerá mais cedo ou mais tarde que deixará de viver, não é porque irá cair um dia que você tem que parar de andar. A vida não é assim, há seus desenvolvimentos e seu tempo que devem ser compreendidos. Não é porque você não tem uma perna ou um braço que você não é considerado ser humano, mesmo que eles sejam importantes para sua locomoção.
Uma pessoa cega tem direito à vida, assim como um paralítico, um leproso, uma pessoa com síndrome de down, ou qualquer outra deficiência, não importando quanto tempo essa pessoa viva, porque uma vida não é contada a partir de anos, meses, dias ou horas. Vida é simplismente vida, não importando o tempo ou a circunstância.

Leah Costa.