Porque há o direito ao grito.
então eu grito.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009



Cellophane flowers of yellow and green
Towering over your head
Look for the girl with the sun in her eyes
And she's gone
Lucy in the sky with diamonds

Sonhos parcialmente concretizados


Já dizia Tcoqueville: "Aquilo que chamamos de fatos novos, não passa, na maioria das vezes de fatos esquecidos." O mundo se globaliza, muda, reforma, transforma, mas no fim é tudo copia e cola. É como se consagrou Lavoisier, com sua célebre frase: "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma." Aplicando isso à história, percebemos que a sabedoria de "nosso" químico francês teve toda a razão, pois ela vem a confirmar e justificar nossos conflitos atuais.
Na verdade, "tudo" começou com a Guerra do Peloponeso, um conflito armado entre Atena e Esparta, onde há uma busca pela "democracia". Ela inspira de certa forma a Primeira Guerra Mundial e a Guerra Fria, aquela em que causou o colapso entre a Tríplice Entente e a Tríplice Aliança, e essa que " abriu as portas" para duas ordens mundiais.
Hoje, percebe-se que muito representa pelo ideal político, principalmente, e pelo desenvolvimento que as duas últimas levaram devido a corrida armamentista. Vem de uma utopia emocionante a Guerra Fria, choca ao entender que realmente ali existiam sonhos de uma igualdade, que de um mondo diferente já tinham sido motivos da Revolução Francesa.
O mundo que buscaram e que buscamos, há poucas diferenças, visto que muito já foi conquistado graças a essas rupturas históricas, e entre outras, que foram palco de muitas mortes, sofrimentos e dores. Mas, nada foi em vão. Foram essas revoltas, os sonhos e ideais, que vivemos em um mundo um pouco mais democrático, mais igualitário. Há sim discriminações, mas há também leis contra elas. Não há riscos de um negro ser escravo, nem uma mulher ser inferiorizada ( pelo menos na legislação). Direitos iguais não teriam sido atingidos, se não fossem através da vontade e da luta para realização desses.
Portanto, as revoluções e as guerras vieram a cumprir de forma maciça ou não, os ideais que buscavam. De certa forma, as promessas que elas traziam deixaram implantadas em snhos. Não pode-se generalizá-las, pois nem todas cumpriam desejos saudáveis, como na Segunda Guerra Mundial, que trouxe apenas tristezas por consequência do holocausto. Mas, em sua maioria, percebemos seus reflexos diariamente contribuindo para a humanidade, com ideais de LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE.

terça-feira, 25 de agosto de 2009





“As muitas águas não poderão apagar o amor, nem os rios afogá-lo
… Cantares 8:7.


Extraído do livro: “O amor que acende a lua” de Rubem Alves


Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e de uma dureza assombrosa.
Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor.
Pode ser fogo de fora: perde um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre. Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo!
Sem fogo o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também. Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela.
A pipoca não imagina aquilo que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM!
E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela nunca havia sonhado. Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar.
São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura.
No entanto, o destino delas é triste, já que elas ficarão duras a vida inteira.
Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva.
Não vão dar alegria para ninguém.






quinta-feira, 30 de abril de 2009

É justa a demarcação em área contínua da reserva indígena Raposa Serra do Sol?


Brasil, uma "terra" de vários povos, de culturas e costumes. E talvez o povo mais antigo ao habitá-la seria o índio, que já encontrava-se em território brasileiro antes mesmo do seu descobrimento. Um povo guerreiro e de personalidade forte que hoje se vê quase em extinção, pela globalização e o contato que os "brancos" tiveram inicialmente com eles. Sofreram um processo de mistura e até perda da cultura. Os "brancos" foram chegando de "mansinho" e "enturmando-se" aos "pouquinhos".
O fato é que ainda há aldeias indígenas que tiveram pouco contato com outras pessoas de outras regiões e conservam seus costumes. E há aquelas aldeias que "convivem" no mesmo território de pessoas diferentes de sua cultura - falo diferente de sua cultura porque não pode distinguir brasileiros de indígenas, já que índios nascidos no Brasil são acima de tudo brasileiros.
Mas, o que chama atenção é o "caso" da reserva Raposa/Serra do Sol onde encontram-se fazendeiros e índios numa mesma região no estado de Roraima discutindo o processo de demarcação dessas terras. O que já é antigo, datado de 1917. Ora, a FUNAI, depois de algumas décadas resolveu iniciar o processo qual somente no governo Lula é que essas terras foram "realmente" demarcadas.
Então você me pergunta se os índios estão "sozinhos" nessas terras, te digo que não. Há fazendas de arroz neste território que correspondem a 6% do PIB de Roraima e abastecem ainda o Amazonas e o Pará. Acha justo "tirar" produtores desta terra por causa de índios que podem ameaçar a soberania nacional "tentando" uma divisão política? É certo quem em Raposa/ Serra do Sol havia índios que defenderam o território brasileiro, no início do século XX, quando ouve a demarcação de fronteiras. Mas, temos que atentar que esses índios podem até ser herdeiros dos mesmos índios que "salvaram" o Brasil, entretanto, não são eles, não necessariamente vão tem o mesmo caráter. Importante é ressaltar também, o isolamente que esses índios têm, afetando diretamente na carência de saúde e infra-estrutura.
Não sou contra o índio, ao contrário, são brasileiros como eu e você. Por esse motivo devem ter os mesmos direitos e deveres como nós.

Leah Costa.

As bizarrices produzidas pela falta de bom senso


Costumamos frequentemente ver em nossos canais de televisão, seja por meio dos jornais ou programas livres, o aumento das pessoas que aderem a cirurgias plásticas, além do benefício que elas trazem à saúde e o bem-estar dos que a utilizam.
E não é somente na "telinha" de nossas casas que essas informações chegam até nós, mas também, por aquela "amiga da tia, ou da sobrinha" que fez o uso do novo objeto de brinquedo da medicina e sentiu-se maravilhada. Diz-se "novo" porque a cada dia aperfeiçoam e deixam mais abrangente suas irrefutáveis práticas. Diz-se brinquedo, pois tem a possibilidade de adornar "quase" que perceptivelmente o modo como a cliente quer.
Talvez não seja discutível tais melhorias que a "Santa Cirurgia Plástica" traz para seus beneficiados, nem mesmo questionável tal habilidade que médicos competentes tem ao fazê-la. Qual satisfação leva ao sorriso de muitas pessoas que foram "castigadas" pelo destino, pelo ambiente, ou outras situações, que nossa "vangloriosa medicina" tem o poder de levar a vida social a muitas pessoas.
No entanto, como de costume, na sociedade em geral, sempre tem as pessoas efusivas que não se contentam com tão pouco e fazem uso deliberado e abusivo dessa prática, que deveria ser usada, apenas para correção e bem estar dos seus.
Ora, não confunda você bem-estar com ostentação de luxo e vaidade. Uma pesquisa feita na revista Veja (2 de julho de 2008 - págs. 110-114) mostra que das mulheres acima de 50 anos que foram entrevistadas, 87% afirma que não se parecem com sua mãe na mesma idade, isso é maravilhoso, mas decepciona ao saber que 79% rejeitam ser chamadas de maduras, o que é um processo natural da vida, ela tem suas etapas e devem ser aproveitadas e respeitadas.
As mulheres não podem deixar de se preocupar, mais com a saúde do que com a aparência. Muito menos é aceitável as próprias mães que submetem seus filhos a tais práticas desenfreadas a fim de o enquadrar ao padrão de beleza da sociedade atual. Portanto, adequada-se perfeitamente a frase do Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional São Paulo, João de Moraes Prado Neto: " O resultado dessa obsessão são bizarrices produzidas por falta de bom senso não só dos pacientes, como dos próprios médicos."


Leah Costa.

terça-feira, 28 de abril de 2009


Quem escreve para obter o supérfluo
como se escrevesse para obter o necessário,
escreve ainda pior do que se para obter 
apenas o necessário escrevesse.


Fernando Pessoa.

Humor como forma de expressão


Já dizia o velho dito popular: ''Rir é o melhor remédio", o riso faz bem de modo que: " O que não tem remédio, remediado está". Será então que "todo esse riso", faz bem mesmo?
Não percebemos muitas das vezes, mas o "rir" pode ser um tanto irônico e maldoso, o que de certa forma, não seria tão ruim para a população em geral, já que o artista consegue captar a realidade e transformar em humor em forma de protesto, crítica.
Isso mesmo, o humor serve não somente para fazer as pessoas sorrirem, mas também, para fazê-las "acordar" de certas injustiças sociais. E não é pouco não, cartunistas, chargistas, etc. Utilizam sua arte para expressar ao mundo sua indignação em determinada situação, para quem sabe assim, fazer a população agir.
Não é uma forma de ironia ou cinismo "baixo", mas sim, uma forma de expressar, o que aliás, bem inteligente e criativa. E deve ser usava para deixar transparecer problemas que enfrentamos no dia a dia, na política, na economia, na relação com o mundo exterior.
Segundo Ziraldo: "...humor é uma análise crítica homem e da vida, uma análise não obrigatoriamente comprometida com o riso... Humor é uma forma de tirar a roupa da mentira". O humor portanto, é uma forma de fazer valer nosso direito de expressão, com alto nível.
Enfrentamos apenas uma dificuldade de aceitar "esse humor", quando ele torna-se uma ironia e deboche para nós mesmos e para nossos conceitos. O que já deve ser outra história, em que devemos ser suficientimente maduros para também aceitar o ponto de vista do nosso próximo.

Leah Costa





Não se trata apenas de narrativa
é antes de tudo vida primária
que respira, respira, respira.

A hora da estrela, Clarice Lispector.

Aborto é alívio?


Aborto, tema polêmico e discutido em vários órgãos de imprensa, onde fazem perceptíveis opiniões civis, religiosas e políticas sobre tal assunto. São opiniões divergentes e que geram discussões.
Algo é certo, proibindo ou não há clínicas clandestinas que fazem o trabalho de aborto, algumas até sem nenhuma instrução ou preparação. Em geral, aborto no Brasil é "proibido" exceto em casos de estupro, e quando há risco de morte para a mãe.
No entanto, há algo além do aborto que está gerando mais polêmica, que é a própria liberação do mesmo no caso da anencefalia do feto, que ocorre quando o bebê desenvolve-se sem cérebro.
O aborto nessas circunstâncias é o "alívio" para a mãe já que ela suporta durante mais ou menos seus nove meses um "projeto" de pessoa que não chegará a viver e caso ocorra, não durará muito tempo. Porém, sabe-se que essas mães que abortam mesmo sendo nestes casos, continuam sentindo a presença do feto, além da pressão psicológica a que elas próprias submetem-se e uma possível depressão que podem passar a ter. E não é somente esses fatores psicológicos que influenciam direto ou indiretamente, há casos também da dificuldade de engravidar pós aborto.
Não contando somente com isso temos que relembrar que devemos ter respeito pelas pessoas, pela vida, suas etapas devem ser honradas, seu ciclo natural deve ser aceito. Não é porque você morrerá mais cedo ou mais tarde que deixará de viver, não é porque irá cair um dia que você tem que parar de andar. A vida não é assim, há seus desenvolvimentos e seu tempo que devem ser compreendidos. Não é porque você não tem uma perna ou um braço que você não é considerado ser humano, mesmo que eles sejam importantes para sua locomoção.
Uma pessoa cega tem direito à vida, assim como um paralítico, um leproso, uma pessoa com síndrome de down, ou qualquer outra deficiência, não importando quanto tempo essa pessoa viva, porque uma vida não é contada a partir de anos, meses, dias ou horas. Vida é simplismente vida, não importando o tempo ou a circunstância.

Leah Costa.